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SALEH  Cirurgia Vascular e Endovascular

                                  Prof. Dr. Samir Omar Saleh  - Cremesp 59085

                                           Dr. Kassem Samir Saleh - Cremesp 208744

 

ANEURISMA DA AORTA

 

 

 

 O que é?

É uma doença caracterizada pela dilatação da aorta, que decorre de enfraquecimento da parede do vaso com o passar do tempo. A maioria desses aneurismas afeta a aorta abdominal, abaixo da origem das artérias dos rins, o que facilita, até certo ponto seu tratamento. Quando esse aneurisma atinge a aorta acima da origem dessas artérias, estendendo-se por vezes, até aorta torácica (aneurismas tóraco-abdominais), o tratamento cirúrgico é mais complexo, implicando em maior risco para o paciente.

 

 Em que época da vida aparece?

O aneurisma da aorta ocorre, com maior freqüência, em pacientes acima dos 55 anos predominando em homens (4 vezes mais do que nas mulheres). Estima-se que 2 a 5 % dos homens com mais de 60 anos sejam portadores de aneurisma da aorta.

 

 

Por que ocorre?

 

 Existem fatores agravantes?

Existem fatores genéticos que contribuem para a ocorrência desses aneurismas, assim como existem condições de risco, como o tabagismo e a doença obstrutiva crônica pulmonar, que agravam sua evolução.

 

 O que o paciente sente?

O aneurisma da aorta evolui sem sintomas, na maioria das vezes, só ocorrendo quando atinge grandes proporções, pela compressão ou corrosão de estruturas vizinhas, provocando dor, ou quando surgem complicações como trombose, migração de coágulos para artérias dos membros inferiores (falta de circulação nas pernas), ou quando rompe. Nessa última circunstância, o paciente sente dor intensa no abdome acompanhada de palidez, suor frio e alterações da consciência; um grande número de pacientes morre subitamente nessa ocasião e daqueles que sobrevivem o tempo necessário para serem atendidos num serviço de emergência, somente cerca de 30% sobrevivem à cirurgia.

 

 Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico do aneurisma da aorta abdominal pode ser feito, em muitos pacientes, pela palpação cuidadosa do abdome quando, então, detecta-se a presença do tumor pulsátil. No entanto, mais freqüentemente o aneurisma é encontrado acidentalmente num exame de ultrassom ou tomografia abdominal realizados por outros motivos.

Quando se suspeita da presença do aneurisma, a ultrassonografica pode confirmar sua existência e fornecer dados importantes como sua localização em relação às artérias dos rins e suas dimensões. Entretanto é um método auxiliar de diagnóstico limitado ao abdome, não nos fornecendo estudo da aorta torácica.

A tomografia computadorizada é um exame mais completo que nos permite avaliar toda a aorta, desde sua origem no coração até sua terminação no abdome, permitindo ao cirurgião fazer o planejamento cirúrgico na maioria dos casos, sem necessidade de outros exames mais complexos como angiorressonância (ressonância magnética) ou arteriografia (cateterismo), e ficam reservados para casos especiais.

 

 Como se trata?

Quando o aneurisma é de pequenas dimensões (menor que 5 cm de maior diâmetro) ele pode ser acompanhado por ultrassonograficas periódicas para se avaliar a velocidade de crescimento. De uma maneira geral, o aneurisma que apresenta 5 cm ou mais de diâmetro deve ser tratado cirurgicamente, a não ser que as condições clinicas do paciente não permitam; também deve ser tratado cirurgicamente o aneurisma que apresenta crescimento rápido. No entanto, dependendo das características do aneurisma, alguns pacientes poderão necessitar da intervenção cirúrgica em dilatações arteriais menores de 5 cm.

 

 No que consiste a operação?

A cirurgia convencional para correção do aneurisma da aorta é de grande porte, porém bem padronizada e com índice baixo de complicações. A aorta dilatada é trocada por um tubo de plástico (dacron) que é perfeitamente integrado ao organismo; o paciente permanece em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 24 a 48 horas se não houver intercorrências, podendo ter alta hospitalar 6 a 7 dias após a operação. Deverá guardar um certo repouso por mais uma semana, quando serão retirados os pontos e a partir de então poderá gradativamente ir voltando às suas atividades habituais, o que só ocorrerá cerca de 30 dias após o ato cirúrgico.

Na década de 90 desenvolveu-se a chamada cirurgia endovascular que tem possibilitado tratar alguns aneurismas da aorta infra-renais por uma simples incisão na virilha. Através da artéria femoral az localizada é passada uma endoprótese por dentro da aorta para substituir o segmento dilatado. Trata-se de procedimento mais simples do que a operação convencional, com recuperação mais rápida do paciente. No entanto somente alguns aneurismas apresentam características anatômicas e condições necessárias para serem assim tratados. Além disso, os pacientes que recebem este tipo de tratamento precisam ser observados periodicamente, com tomografias seriadas porque, em número não desprezível de casos, o aneurisma pode continuar crescendo, com risco de romper.

 

 Quais os riscos da operação?

Conforme já referimos, o índice de complicações na cirurgia do aneurisma da aorta abdominal é baixo( 5%), sendo um pouco maior na correção cirúrgica dos aneurismas tóraco-abdominais.

As principais intercorrências na cirurgia do aneurisma da aorta são: hemorragia, infarto do miocárdio, insuficiência renal, complicações pulmonares, acidente vascular cerebral (derrame), trombose de artérias dos intestinos e dos membros inferiores e paraplegia. Esta última é extremamente rara na correção cirúrgica do aneurisma da aorta abdominal infra-renal, porém da maior importância na cirurgia dos aneurismas toracoabdominais, onde sua incidência é de aproximadamente 15%.

A principal causa de morte associada à cirurgia do aneurisma da aorta é o infarto do miocárdio. Por isso, impõe-se avaliação cardiológica rigorosa no pré-operatório, pois, não raras vezes, há necessidade de realizar angioplastia de coronárias, ou mesmo cirurgia cardíaca (revascularização do miocárdio), previamente à cirurgia do aneurisma.